O dia tão esperado era chegado, a Quinta de Deão tinha sido transformada para o “melhor acampamento Carmelita do mundo” (assim o intitulariam os que estavam prestes a chegar). Os telefonemas sucediam-se uns aos outros, pois eram muitos (quase todos) os que vinham pela primeira vez a este lugar perdido no alto do monte e parecia difícil encontrá-lo.
Aos poucos os acampákids iam chegando. Eles vinham de Amarante, Avessadas, Braga, Caíde de Rei, Coimbra e Figueira da Foz.
À chegada a alegria era a tónica geral, havia saudações entre os que se estavam a conhecer e acampabraços entre aqueles que já tinham caRminhado juntos. As tendas iam-se montando com a entre-ajuda de pais e vizinhos, porque muito facilmente sobravam peças…(Foi neste momento que os acampakids começaram a aperceber-se das filas de tarefas que dá um Acampáki, deitando as mãos à cabeça, entre o riso e a surpresa. Não sabiam mesmo no que se estavam a meter ;) A água apetecível da piscina gritava mais alto, mas as tarefas urgiam e convinha fazer a toca e a cama antes da noite cair, que quem bem faz a cama bem nela se deita.
Seguiram-se muitos beijos e abraços de despedida aos familiares, que da sua parte deixavam o conselho aos monitores “se for preciso, puxe-lhe as orelhas”. Ora, haveria lá de ser preciso.
Formaram-se três aldeias: a de S. João da Cruz, acampakids de Caíde de Rei; a de Santa Teresa de Jesus, acampakids de Avessadas, Braga, Chapa e Coimbra; e a de Isidoro Bakanja, acampakids de Moinhos da Gândara (Figueira da Foz).
Nessa tarde, recebemos uma visita inesperada: o casal mais crescido que acompanha o Carmo Jovem, e que muito nos tem apoiado, fez-nos a surpresa de vir até nós. Sim, o Padre António (na verdade, o senhor Branco) que nos dirigiu palavras de conforto e incentivo, e a Dona Orquídea, que além do carinho maternal que tem sempre para connosco, nos presenteou com as suas famosas natas do céu (huumm).
(São sempre bem-vindos, sabiam?)
À noite bem noite, subimos ao Santuário do Acampáki cujas paredes eram as árvores da mata e o tecto o céu estrelado. Ali, fomos identificados pelas fitas coloridas de cada aldeia: vermelho para os de Isidoro Bakanja; laranja para os de S. João da Cruz; e azul para os de Santa Teresa de Jesus. Houve sim quem ficasse com uma fita de cada cor, era sinal de que pertencia a todas, o nosso acampakid mais famoso: o Frei João. Também foram lidas (e muito contestadas) as regras que iam ajudar-nos a conviver durante os próximos dias, embora houvesse quem achasse que eram próprias de um Exército! (Eh, lá!) Mas que fazem falta, isso fazem, e foi-se vendo ao longo dos dias ;)
Nessa mesma noite, a Sónia Ferraz, convidou-nos a conhecer e apresentar o “meu verdadeiro eu”: tínhamos que responder a algumas perguntas e fazer a nossa caricatura. Que difícil parecia falar de nós, e desenhar-nos então nem se fala!… Cada um fez o melhor que pôde, foram revelados muitos talentos na arte do design, e a hora da partilha foi muito animada e divertida. Além disso, o objectivo principal também foi cumprido: ficámos todos a conhecer-nos um pouquinho melhor!
No final, antes de descermos às aldeias para o descanso nocturno, silenciámos e, no repouso da noite estrelada, fizemos a oração da noite, encontro privilegiado com o nosso maior Amigo que se encontrava ali connosco.
Seguia-se a hora do sono, a suposta hora do sono. Pois como se pode conciliar o sono quando tudo é tão novo, tão rico e tão diferente à nossa volta? Mas para isso estão lá os monitores Diogo Simões, Maria João, Sónia Ferraz e Tiago Gonçalves. Mas algo me diz que eles adormecerão antes que acabem os risos dos acampakids.
Ora, vamos dormir e amanhã se ouvirá.